
Esta coluna é atualizada quinzenalmente.
Em uma comunidade, a liderança exerce um papel importante na condução das discussões, reivindicações e no estímulo da consciência das pessoas e ao envolvimento para juntas resolverem os problemas locais.
A liderança comunitária conhece e vivencia os problemas, sabe o que está acontecendo na comunidade, não se cala, mobiliza e enfrenta os mais variados desafios para fazer chegar onde se quer.
É claro que a liderança não conseguirá resolver todos os problemas da comunidade, mas é inconteste que a capacidade das pessoas se reunirem na busca de soluções para suas necessidades, criando vínculos, parcerias e apoio, depende, fundamentalmente da atuação dessa liderança.
Nesse sentido, é muito comum a participação das mulheres em trabalhos e projetos,nas associações religiosas e outras formas associativas comunitárias.
As atividades buscam reduzir problemas sociais locais, geralmente, são dissociados de promoção ou interesses pessoais e a sua força motriz é, fundamentalmente, a solidariedade, a humanidade, o sororidade, o altruísmo, a empatia e o amor ao próximo.
Com maior incidência nas classes populares, a militância feminina nas comunidades tem relação direta com o exercício da liderança. Portanto, do trabalho da mulher nas comunidades que, historicamente, é a forma legitimada e consagrada de ocupação do espaço público, nascem as líderes comunitárias.
Essas mulheres são respeitadas e reconhecidas em seus locais de atuação, pela identidade e proximidade com as questões e problemas em comum, pela capacidade de mobilização e dinâmica de comunicação no atendimento das necessidades e objetivos dos grupos formados.
O papel que assumem as líderes comunitárias e a importância do trabalho que desenvolvem, demonstram a força e o empoderamento da mulher na vanguarda política e do empreendedorismo voltado a promover a integração na defesa dos interesses coletivos.Neste ambiente, líderes comunitárias se destacaram na busca de resultados positivos e ações transformadoras para a melhoria da qualidade de vida e superação das mais diversas dificuldades e assim, passam a ser verdadeiros elos entre a própria comunidade e as autoridades que podem resolver ou minimizar os problemas a elas levados.
Considerando que a verdadeira política se faz junto à sociedade, é nas comunidades que podem surgir lideranças políticas autênticas e legítimas, porque estão engajadas no movimento de conhecimento e sentimentos que levam as pessoas a se organizarem e juntas definirem objetivos e responsabilidades capazes de transformar a realidade.
Diferente dos “políticos profissionais” cujo maior interesse é a perpetuação no poder em visando seus próprios interesses, a real liderança comunitária vivencia os problemas e as carências locais, lidam com informações, desfrutam da credibilidade, transitam com facilidade entre os cidadãos e potenciais eleitores e o poder público.
Seja nos grupos de mães, da igreja, nas escolas, nos centros comunitários, nas associações de bairro, enfim, a mulher líder comunitária está presente e geralmente é dotada de alto grau de ousadia, coragem e desprendimento.
É inegável e significativa a força política das mulheres líderes comunitárias, principalmente neste momento de tomada de consciência sobre a relevância da participação feminina na política como exercício de cidadania e contribuição para a verdadeira virada da democracia para que seja menos pseudo representativa e muito mais participativa.